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Declaração de óbito aponta que cobradores mortos em Icaraíma foram espancados e torturados antes de serem executados

A investigação sobre a morte dos quatro homens encontrados em uma cova, em Icaraíma, noroeste do Paraná, ganhou novos desdobramentos nesta terça-feira, 23. A equipe da RIC Record Maringá teve acesso, com exclusividade, às declarações de óbito de três das vítimas: Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso. Os documentos revelam sinais de violência extrema, indicando que eles podem ter sido torturados e espancados antes de serem executados.

As certidões apontam como causas da morte traumatismo cranioencefálico, politraumatismo e ferimentos por arma de fogo. Para a assistente de acusação Josiane Monteiro, que representa as famílias das vítimas de São Paulo, os laudos deixam claro que os homens não morreram no momento da emboscada inicial.

“Essas pessoas sofreram demais. Não só foram executadas, como foram submetidas a vários traumas, característicos de tortura”, afirmou Josiane.

Mistério sobre a data da morte

Um detalhe chamou atenção nos documentos: o campo destinado à data do óbito está preenchido apenas com o ano de 2025, sem indicação de dia ou mês, constando apenas a sigla “IG”, de ignorado. Isso reforça a suspeita de que os homens possam ter sido levados a outro local após a emboscada e mantidos em cativeiro antes de serem mortos.

Outro ponto que intriga os investigadores é o estado de conservação dos corpos, considerado “surpreendente” para os 44 dias em que ficaram desaparecidos. O Instituto de Criminalística foi acionado para realizar uma análise do solo na tentativa de explicar a preservação.

Vítima tentou deixar pista

Os documentos ainda revelam que Rafael Juliano Marascalchi foi encontrado com o RG escondido dentro do tênis, o que levanta a hipótese de que ele tenha tentado deixar uma forma de ser identificado, prevendo a própria morte.

Objetos pessoais como alianças e relógios também não estavam com os corpos quando chegaram ao Instituto Médico Legal, o que sugere que tenham sido retirados antes do enterro clandestino.

Principais suspeitos seguem foragidos

A Polícia Civil do Paraná aponta o empresário Antônio Buscariolo e seu filho, Paulo, como principais suspeitos do crime. Ambos têm mandados de prisão em aberto por homicídio. Outras duas pessoas já foram presas: um homem em posse de uma picape que pertenceria à família Buscariolo e outro investigado como fornecedor das armas usadas na emboscada.

Fotos de Declaração de óbito aponta que cobradores mortos em Icaraíma foram espancados e torturados antes de serem executados

Via GMC-online