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Familiares contestam versão inicial sobre morte de pintor encontrado em fundo de vale em Maringá

A família de Wellington do Nascimento Silva Gregorio, de 28 anos, contesta a hipótese inicial de acidente após o pintor ser encontrado morto na manhã de quinta-feira (20) em um fundo de vale na Rua Rio São Francisco, no Jardim Dourados, em Maringá. O corpo foi localizado por um coletor de recicláveis, parcialmente submerso no córrego, em uma área conhecida como “7 metros”.

De acordo com a Polícia Militar, que isolou o local até a chegada do Corpo de Bombeiros, as primeiras análises da Polícia Científica apontavam que Wellington poderia ter caído de uma altura aproximada de oito metros, batendo em pedras antes de atingir a água. No entanto, o atestado de óbito indicou morte por asfixia mecânica (afogamento), com apenas um trauma na região do crânio.

Família afirma que queda é improvável

Na sexta-feira (21), Jaína Nascimento Silva, tia e mãe de criação do jovem, esteve no local onde o corpo foi encontrado e afirmou não acreditar em queda acidental.

“Ele não caiu. Não tinha como cair de lá. Ele estava com alguém. Eu preciso de respostas, porque está tudo muito estranho”, disse. Segundo ela, o formato do terreno e o percurso até o ponto onde o corpo foi localizado não sustentam a versão inicial. “Eu fui até lá, fiz o teste. Ele não ia andar todo aquele trajeto para cair no barranco. Não tem sinal de escorregamento, não tem como.”

Outro ponto levantado pela família é o desaparecimento da bicicleta que Wellington usava diariamente para ir ao trabalho, além de um ventilador recém-comprado que ele carregava antes de desaparecer. Nenhum dos objetos foi encontrado.

A família também recebeu relatos de que, na noite anterior ao desaparecimento, Wellington teria sido visto na região da Avenida Pedro Taques, em um trajeto incomum, acompanhado de outra pessoa. “A gente não sabe quem é essa pessoa. Precisamos descobrir quem estava com ele”, relatou Jaína.

Câmeras registram Wellington acompanhado de um homem

Na manhã desta segunda-feira (24), os familiares tiveram acesso a imagens de uma câmera de segurança que mostram Wellington caminhando pela Avenida Pedro Taques ao lado de um homem. As imagens foram entregues à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A família agora pede ajuda para identificar o rapaz que aparece ao lado da vítima. Tanto a Polícia Civil quanto os familiares reforçam que o homem não é tratado como suspeito, mas é considerado peça-chave para esclarecer o que aconteceu.

Ex-esposa também questiona hipótese de acidente

Claudedenira de França, ex-esposa de Wellington e mãe do filho dele, também descarta a possibilidade de queda. Emocionada, ela afirmou que o pintor era uma pessoa tranquila, religiosa e sem envolvimento em conflitos.

“Ele não tinha briga com ninguém, não mexia com nada errado. Todo mundo só tem coisas boas pra falar dele”, disse. “Ele não caiu, ele estava com alguém. Essa pessoa poderia aparecer e nos contar. Só ela pode dar essa resposta.”

Claudedenira disse ainda que busca justiça para poder explicar ao filho o que ocorreu. “Eu preciso ter uma resposta para dar para meu filho. Ele era tudo para o Wellington. Agora eu vou ter que ser pai e mãe, e eu quero justiça por ele.”

Investigação permanece em andamento

Embora a cena inicial indicasse possível acidente, a DHPP mantém a investigação aberta para esclarecer as circunstâncias da morte. A ausência da bicicleta, o sumiço de objetos pessoais, o registro das câmeras de segurança e a análise da área onde o corpo foi encontrado levantam dúvidas que agora fazem parte da linha investigativa. “Eu peço que investiguem e não deixem passar em branco. Ele era um menino excelente. A história não está certa”, concluiu Jaína.

Colaboração GMC-online