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Polícia Civil conclui que morte de Kelly Ferreira em Maringá foi intencional e pede prisão preventiva do suspeito

A Polícia Civil de Maringá passou a tratar como crime doloso, quando há intenção de matar, a morte da motociclista Kelly Ferreira dos Reis, de 40 anos, atingida por um carro na BR-376 no último fim de semana. A atualização foi feita nesta sexta-feira (5) pelo delegado Francisco Caricati, responsável pelas investigações, após novas testemunhas reforçarem que o motorista do Renault Kwid teria provocado o atropelamento de forma intencional.

Segundo o delegado, depoimentos colhidos ao longo da semana apontam que a motocicleta conduzida por Kelly — onde também estava a filha de 11 anos — estava sendo perseguida pelo Kwid momentos antes do impacto. Uma das testemunhas afirmou ter visto o momento exato da batida e relatou que o motorista não fez qualquer tentativa de frear, atingindo mãe e filha com extrema violência. O choque foi tão forte que o carro acabou capotando.

Não houve acidente de trânsito. Houve um crime intencional. Ele teve dolo direto de causar a morte. Com base nisso, estamos representando pela prisão preventiva dele”, afirmou Caricati. O suspeito permanece foragido.

O delegado também representou pela prisão de Anderson Barbosa Gomes, de 38 anos, apontado como o condutor do Renault Kwid envolvido na tragédia. Gomes está foragido desde o dia do crime e é considerado perigoso pela Polícia Civil.

Uma das testemunhas essenciais para o avanço das investigações procurou o repórter Eduardo Leandro e revelou detalhes que reforçam a tese de homicídio doloso. Ele contou que trafegava sentido Iguatemi–Maringá quando, próximo ao Tenda Motel, viu uma moto passando pelo acostamento em alta velocidade, seguida de um Renault Kwid que também avançava pelo acostamento, muito próximo à motociclista.

O homem disse ter acelerado para entender a situação, mas, instantes depois, viu apenas o carro capotando. Com receio de se envolver em um possível crime, ele não parou. Após assistir às reportagens sobre o caso, buscou o repórter e foi orientado a formalizar o depoimento na Delegacia de Trânsito.

Na manhã de segunda-feira (2), por volta das 11h15, equipes da RPA localizaram uma VW Saveiro branca abandonada, com a chave na ignição, em Mandaguaçu. Testemunhas informaram que o condutor deixou o local por volta da 1h da manhã.  A caminhonete havia sido roubada minutos após o atropelamento, quando o motorista do Kwid percebeu que pessoas se aproximavam para socorrer as vítimas. Ele rendeu o dono da Saveiro e fugiu com o veículo, que posteriormente foi encaminhado ao 24º Distrito Policial.

O Renault Kwid envolvido na colisão está registrado em nome de um morador de Sarandi, que informou ao Plantão Maringá ter alugado o veículo para Anderson Barbosa Gomes, agora procurado como autor do crime.

Kelly seguia com a filha de 11 anos para casa, em Sarandi, quando foi atingida violentamente pelo Kwid e arrastada por vários metros. Integrante do grupo de motociclistas Lokas MC e servidora das Águas de Sarandi, Kelly sofreu ferimentos graves, entrou em parada cardiorrespiratória e morreu no local, apesar das tentativas de reanimação do Samu, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. Ela deixa dois filhos.

A filha sofreu fratura de fêmur, trauma abdominal e diversos ferimentos. Mesmo consciente, chamava pela mãe enquanto recebia atendimento. Levado em estado grave ao Hospital Bom Samaritano, o quadro da menina mobilizou grande comoção. Na tarde desta segunda-feira (2), familiares atualizaram que a criança deixou a UTI e apresenta melhora progressiva, embora ainda esteja internada e sob monitoramento constante da equipe médica.

A Polícia Civil segue em diligências para localizar Anderson Barbosa Gomes e reforça que qualquer informação sobre o paradeiro do suspeito pode ser repassada de forma anônima pelos números 190 e 181.

Colaborou GMC-online